O Novo Pacto Verde Precisa de uma Mensagem Anti-guerra

Tomei a conservação dos nossos recursos naturais como a primeira lição
que aponta para a necessidade de procura de liberdade comunitária” Franklin Delano Roosevelt, 1913
Arturo Desimone
O Novo Pacto Verde apenas poderá ter sucesso como uma campanha internacionalista – e isso significa ouvir muitas outras preocupações não-ecológicas, exprimidas pelas populações mais impactadas pelo aquecimento global.
As guerras, crises financeiras e pressões económicas transnacionais têm maior peso nas conversas das pessoas a Sul do Trópico de Câncer (incluindo a América Central e o Médio Oriente) e aquelas abaixo do Trópico de Capricórnio (como a Argentina, onde o aquecimento global permanece a última prioridade de uma cidadania depressiva e insolvente que testemunha o regresso do militarismo).
Os defensores do Novo Pacto Verde devem considerar o facto de que a nossa própria capacidade para implementar estes programas ambiciosos para a salvação do clima requer a base da paz.
Devemos desconfiar, por isso, da retórica que faz “green-washing” à guerra, como quando Obama insistiu que um avião drone é mais ecológico do que bombardeiros mais antigos.
Devemos desconfiar, também, do orgulho do regime de Singapura na sua cidade-Estado alimentada a luz solar, isolada do conflito que a cerca.
Activistas do ambiente estão atrasados em apenas agora criticar estas contradições internas, embora o devam fazer. Qualquer separação fútil da agenda anti-guerra do movimento climático merece a nossa crítica.
Para que a reconstrução global ambiental seja realizada com sucesso, bem como a empregabilidade que a mesma pode gerar, devemos também pressionar os estados para preservarem a paz: uma zona de conflito com luz solar extrema pode ser perfeita para a instalação de painéis solares, mas os seus habitantes estão demasiado ocupados a lutar pela sua sobrevivência.
Por isso vamos fazer um Novo Pacto Verde mais internacionalista. Todas as nossas lutas permanecem relacionadas e interdependentes.  

Arturo Desimone é um escritor e artista visual Arubo-Argentino, atualmente sediado entre a Argentina e Holanda. Os seus artigos sobre política apareceram previamente em Open Democracy, CounterPunch, El Andén, entre outros jornais literários. Para mais informações, visitem o seu blog: https://arturoblogito.wordpress.com/. Ele é também membro do CED Temático “Política Militar e estrangeira 1”.

 

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