O governo de Biden vai apelar da decisão de negar a extradição do fundador do Wikileaks, Julian Assange
Um anúncio silencioso – divulgado entre o segundo julgamento referente ao “impeachment” do ex-presidente Donald Trump, as audiências da nomeação do gabinete do presidente Biden e as negociações sobre as medidas de alivio do COVID-19 – indicando que a guerra contra os denunciantes continuará independentemente de quem ocupa a Casa Branca.
EUA vs Julian Assange
Os defensores da liberdade de expressão tiveram motivos para festejar no mês passado, quando a juíza do Reino Unido Vanessa Baraitser decidiu que Assange não poderia ser extraditado para os Estados Unidos, devido ao possível “risco de suicídio” numa prisão federal dos EUA.
A boa notícia foi rapidamente quebrada pela juiza Baraitser, que negou um pedido de caução de Assange alguns dias depois. Esta recusa piorou com os comentários da mesma juiza sobre o caso de Julian e o trabalho feito pelo Wikileaks. Caracterizou-o como sendo “ilegal” e “não estando protegido pelas reivindicações de Assange, de que estaria agindo como jornalista.”
Os EUA, agora sob o comando do presidente Biden, irão “defender” a gestão dos reclusos dentro das prisões federais dos EUA, num esforço para reverter a decisão original do juiz de negar a extradição. O porta-voz do Departamento de Justiça dos EUA, Marc Rainmondi, confirmou esta intenção em termos inequívocos na passada sexta-feira : “Sim, iniciámos um recurso e continuamos a requerer a extradição”.
O próprio Biden tem estado visivelmente silencioso sobre o caso de Assange, desde que assumiu o cargo no mês passado. Embora em 2010 se tenha referido a Assange como um “terrorista de alta tecnologia” e sugerido, quando questionado sobre o caso durante as eleições de 2020, que o fundador do Wikileaks não estava “imune” a acusações de pirataria informática, caso as alegações feitas pelo Departamento de Justiça dos EUA fossem verdade.
Existe alguma esperança?
A perseguição de Julian Assange por parte da administração Biden pode não ser para durar.
O porta-voz Raimondi é um resquício da administração anterior, liderada por Donald Trump. Merrick Garland, nomeado por Biden para o Departamento de Justiça (que supervisiona o caso Assange) pode agir de maneira diferente após a sua confirmação pelo Congresso dos Estados Unidos. Existe alguma esperança, devida principalmente ao histórico de Garland no apoio aos casos de liberdade de expressão.
As organizações de direitos humanos pressionaram também o novo governo de Biden para retirar as acusações; apelando ao fim da ‘criminalização de ferramentas essenciais para jornalismo de investigação, fundamentais para uma democracia saudável’.
No DiEM25 opomo-nos veementemente a ataques, pessoais ou profissionais, da parte de governos ou empresas privadas, contra aqueles que arriscam tudo para denunciar a corrupção. Apelamos à nova administração para que retire a acusação inconstitucional contra Julian Assange e aceite a decisão do juiz britânico de não o extraditar.
Pedimos-te veementemente que assines a nossa petição de apoio a Julian Assange. Esta já tem mais de 11.000 assinaturas; vamos continuar a fazer as nossas vozes ouvidas!
O DiEM Voice – a plataforma de arte e cultura do movimento – está também a promover uma chamada aberta para trabalhos sobre o tema Julian Assange. Descobre mais e inscreve-te aqui para a chamada aberta sobre este tema.
Até lá, #FreeAssange!
Fonte da foto: Wikimedia Commons.
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