A China, os EUA eo Reino Unido importam matérias primas em grande escala apenas para serem imediatamente exportadas de novo. Por exemplo, os EUA importam um milhão de toneladas de carne numa base anual, e exporta 900.000 toneladas. O bacalhau chegado às costas escocesas é transportado mais de dez mil milhas para ser cortado em filetes na China e só depois retorna a casa. O mesmo acontece com o salmão norueguês, porcos americanos e basicamente qualquer produto agrícola básico: grão, milho, soja e, principalmente, óleo de palmeira.
Os Países Baixos, a principal nação transportadora da Europa, está no topo da lista. Cerca de metade das exportações holandesas são em re-trânsito: soja e carvão são expedidos de navios marítimos a barcaças fluviais, saindo do país no próprio dia. A contribuição para a economia holandesa é limitada: apenas 11 cêntimos são ganhos a cada euro exportando através de re-trânsito.
As diferenças em subsídios e taxas, em diretrizes ambientalistas e em condições de trabalho explicam estes absurdos fluxos comerciais. Também por consequência existe o desvio de iPhones, Volkswagens Golf, fatos Armani ou de uma garrafa de Heineken.
Paraísos fiscais como a Holanda tornaram-se mercados para empresas fictícias em segunda mão. E para estruturas de fuga a impostos pré-fabricadas. A Holanda desempenha portanto um papel fundamental em desvios de dinheiro e no aumento do valor acrescido dos nossos bens de consumo.
Fora todos os crimes financeiros que este sistema de comércio global envolve, o desperdício de matérias-primas e de produtos semi-acabados é tremendamente poluente. “Nenhum sistema de comércio mundial sem contentores, navios-contentores, aviões de carga, combustíveis fósseis e querosene isentos de impostos e exceções na Convenção de Paris e o acordo climático,” tal como o geógrafo financeiro holandês Ewald Engelen afirma corretamente.
É a posição do DiEM25 que a política comercial da UE desempenha um papel determinante na exploração de trabalhadores em países fora da UE, e que é necessária uma mudança radical. No seu programa político transnacional, a Primavera Europeia, o comércio ‘justo’ é o ponto de partida das políticas comerciais da UE, e não o comércio ‘livre’. Durante qualquer negociação comercial, a Primavera Europeia irá defender critérios mais exigentes para proteger o ambiente, direitos humanos, a saúde pública, os direitos dos trabalhadores, os serviços públicos, o bem-estar animal e os direitos dos consumidores. O DiEM25 lutará para revogar os acordos existentes que constituam uma ameaça a critérios elevados e aos direitos humanos.
E o DiEM25 exige justiça fiscal. Cada ano, a UE perde mais de €1 trilião de euros para empresas e indivíduos que se escapam ao pagamento de impostos. A Primavera Europeia irá desafiar as leis que possibilitam a jurisdições como as do Luxemburgo, da Holanda e da Irlanda permitir a evasão fiscal. Irá introduzir o Registo Beneficiário Efectivo, que exigirá a todas as empresas, corporações e entidades económicas que declarem as identidades dos seus donos e os detalhes dos seus ativos.
Vamos pôr fim a este absurdo e perigoso sistema de comércio global.
Crédito de imagem: localfutures.org
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