O projeto mais recente e mais bem-sucedido em Praga começou numa antiga clínica para doentes pulmonares perto do centro da cidade.
O prédio estava deserto, cheio de lixo e seringas usadas, representando assim um perigo claro para a comunidade local. Os ativistas limparam o local e criaram um centro cultural, um café e além disto também organizaram cursos educacionais, palestras, workshops, biblioteca e muitas outras actividades.
Como é que o Estado respondeu? Chamaram a polícia para partir cabeças – literalmente – e desocupar a antiga clínica para doentes pulmonares que tinha acabado de recomeçar a respirar.
As manifestações e as negociações intensas levaram as autoridades do Estado a permitir que os ativistas reabrissem, de forma autónoma, o seu centro social “Klinika”. E, desde então, este floresceu graças à organização de um programa de eventos muito rico.
Mas agora, mais uma vez, os funcionários do Estado decidiram lutar contra os ocupantes, porque não vão investir milhões na reconstrução do prédio. Então, o prédio vai-se transformar em escritórios para os burocratas do Estado. A Klinika tem os dias contados.
Como é óbvio, há muito mais edifícios vazios e degradados em Praga, como o Šatovka, situado num belo vale rochoso na periferia da cidade. Os Ocupas (‘Squatters’) deixaram o edifício há dois anos, depois de negociações com o município, que prometeu fazer um bom uso do prédio. No entanto, Šatovka continuou a degradar-se durante mais dois anos, sem qualquer apoio para limpar ou aquecer o edifício. As conversações com os activistas falharam.
Uma solução óbvia seria permitir que os ativistas dirigissem outro centro autónomo – pelo menos até que o município se conseguisse organizar para avançar com o projeto. Mas as autoridades preferem chamar a polícia para os expulsar. A polícia não conseguiu apanhar os ativistas que estavam no telhado, e estes acabaram por lá ficar, em protesto, durante quase uma semana em meia, apesar do tempo gelado de Fevereiro. Agora, devido à sua tenacidade, estão em risco de enfrentar anos de prisão por terem infringido uma lei chamada: o direito à casa.
Esta não é uma situação única na Europa e, no DiEM25, é imperativo que nos envolvamos neste desafio da gentrificação e do uso do espaço urbano. Qual é a tua experiência? Será que nos podemos juntar a lutas com ativistas locais que combatem a gentrificação? Se produzirmos boas respostas a estas questões, o DiEM25 pode encontrar muitos aliados valiosos a nível local.
Lukas é membro do DiEM25 na República Checa. Se queres ajudar a estabelecer um CED temático sobre a questão da Gentrificação, entra em contato com o Lukas.
Fotografia: Pepik Hipik
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