Uma viragem à direita, muito à direita e um forte revés para as esperanças de todos os progressivos. Esta foi a nossa reação ao resultados da eleição austríaca que foram conhecidos ontem. Quem considerar o nacionalismo, o eurocepticismo e o conservadorismo financeiro domados, desengane-se.
Antes que nos baralhemos com esquerdas ou direitas olhemos primeiro para o legado político da aliança ÖVP-FPÖ (Partido Popular Austríaco com o Partido da Liberdade da Áustria) quando lideraram no Conselho Austríaco em 2000.
Vale a pena lembrar que, na altura como agora, esta coligação surgiu após as negociações com os socialistas (SPÖ) falharem.
Na altura, tal como agora, a política de imigração teve um papel fulcral na agenda política. Em 2000, após conceder asilo a mais de 90.000 bósnios que fugiam da guerra sangrenta no seu país, o descontentamento popular na Áustria disparou. Isto criou um vácuo político e uma oportunidade para o líder da FPÖ da altura, Jörg Haider propor medidas de controlo à imigração mais apertadas.
Em termos económicos vigorou o mantra “Mehr privat, weniger Staat” ( Mais para o sector privado, menos para o Estado). Todas as participações públicas do Estado como Austria Tabak, VOEST ou a Telekom tinham de ser “liberalizadas”. Como resultado, por caminhos mais ou menos obscuros e a níveis diferentes, estas empresas ficaram clientes políticas. Por detrás disto tudo começava-se a formar um dos maiores escândalos de corrupção do pós-guerra Austríaco: O caso Eurofighter. Este foi finalmente posto a descoberto este ano, com Estado austríaco a processar a Airbus e com a promessa de os substituír até 2020.
No que toca a políticas educativas, em 2001 houve a introdução de propinas que foram bastante controversas, sendo finalmente abolidas em 2008.
No geral, a Áustria como um medidador entre o Oeste e o Este, entre a Europa central e os Balcãs, tem um papel muito importante ao seguir as novas modas que surgem na Europa. Os resultados das eleições devem servir como aviso aos movimentos progressistas, como o DIEM25, para serem mais firmes e convictos naquilo que defendem.
Bogdan é membro do DSC Bucharest, mas também um humilde engenheiro que vive em Muniqe. Os principais temas que lhe interessam são questões socio-políticas do Sul e do Leste da Europa, assim como a promoção do DIEM25 nestas zonas.
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