A 8 de outubro, exercícios de segurança civil denominados “Serbia 2018” tiveram início nas cidades sérvias de Mladenovac, Sopot e Aranƌelovac. A Sérvia foi designada “país anfitrião” dos exercícios organizados pelo Centro Euro-atlântico de Coordenação de Resposta a Catástrofes (EADRCC, no acrónimo inglês) da NATO, em colaboração com o Setor de Situações de Emergência do Ministério da Administração Interna da Sérvia.
O Presidente da República da Sérvia, Aleksandar Vučić, visitou Mladenovac na companhia do Secretário-geral da NATO Jens Stoltenberg e proferiu a seguinte declaração: “Quero agradecer ao Secretário-Geral pelo seu apoio à organização deste exercício e pelo facto de nunca ter pretendido influenciar a decisão independente da Sérvia no sentido de permanecer um país neutro”.
A verdade, porém, é completamente diferente. A Sérvia é um país neutro, mas as suas autoridades têm assinado muitos documentos que a vinculam à OTAN. Um bom exemplo desta política pró-atlântica é o acordo, ratificado pelo Parlamento sérvio e pela NSPA (“NATO Support and Procurement Agency”) em 2016, nos termos do qual a OTAN fornece apoio logístico e material à Sérvia, e que prevê imunidade e liberdade de movimentos no país para os oficiais e funcionários da NSPA.
Pouco a pouco – através de um processo inteiramente inconstitucional – o regime de Vučić está a puxar a Sérvia para a órbita da OTAN, apesar de 83% da população se declarar contrária à Organização e queira manter a neutralidade do país.
A vontade dos cidadãos é desconsiderada por Vučić, tal como ocorreu no “bem sucedido” referendo na vizinha República da Macedónia do Norte, no qual apenas 36% da população votou (e sobretudo para aderir à OTAN) enquanto que o resto do país boicotou o sufrágio.
Tal militarização e imperialismo antidemocráticos nesta região têm que parar. Para isso, temos que apoiar os progressistas nos Balcãs e na Europa em nome do princípio básico que norteia o DiEM25: a democracia – respeitar a vontade e as necessidades dos povos destes países contra os interesses dos seus oligarcas. É tempo para mudar.
Aleksandar Novaković, historiador e dramaturgo, membro do DSC Temático política Externa e Defesa 1
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