Grécia e reformas: mais deja-vus

A Grécia está a ser sujeita à terceira avaliação do programa de “resgate”. Este processo vai durar até ao final do ano e já começamos a ver a Grécia nas notícias de novo, com várias vozes a pedir ao Governo que complete o processo a tempo. Estas vozes já se fizeram ouvir antes.

Esta avaliação inclui reformas em vários sectores como a energia o mercado de trabalho e apoios sociais. Vamos ser claros: “reforma” é sinónimo de “desestabilização” e “austeridade”. E “avaliação” é um sinónimo de forçar o Governo Grego a lidar com todas as consequências das ações que terão de ser tomadas. Toda esta situação decorre enquanto a economia Grega contrai e está condicionada a enormes excedentes primários e biliões de euros em dívida que têm de ser pagos nos próximos anos e décadas.

Mesmo que a Grécia consiga sair do programa de resgate no próximo verão, será mantida sob vigilância apertada por parte da Troika até que pague 75% da dívida. Durante este período de tempo, a austeridade, privatizações ao desbarato e desigualdade galopante continuarão a marcar presença. Excetuando as elites, todos terão de arranjar dinheiro para pagar impostos muito altos para sustentar a economia. As notícias de crescimento ou recuperação são e continuarão a ser “notícias falsas”.

Por estas razões, rejeitamos a estratégia de nos comportarmos como um prisioneiro exemplar (que foi a estratégia grega desde o início da crise, exceto na primeira metade de 2015) e clamar por desobediência, desobediência construtiva, através da implementação imediata das nossas propostas para a Grécia como parte do nosso European New Deal.

 

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