United Kingdom Elections 2017

Réstia de esperança para o futuro do Reino Unido Pós-Brexit

O debate continua escaldante no Reino Unido acerca do futuro do comércio da Grã-Bretanha pós-Brexit.
No entanto no meio de advertências sombrias sobre o impacto do Brexit, na economia do Reino Unido – incluindo este recente relatório –, apareceram algumas centelhas de esperança. Não vieram, contudo, do Governo conservador que supostamente se encontra em funções.
No dia 2 de março, a Primeira-Ministra Theresa May fez um discurso à muito aguardado, para esclarecer quais as expectativas do seu Governo, agora que se aproxima uma nova ronda de negociações. O discurso referiu as muitas conversações difíceis: os “factos difíceis” do Brexit, a sua visão “ambiciosa, mas prática”. Contudo, os interesses imediatos de May eram óbvios. Ela quis aplacar as alas pro e anti União Europeia do seu partido, preservar a sua posição e assegurar a continuação dos privilégios e proteção do sector financeiro britânico.
Na Universidade de Coventry, no dia 26 de fevereiro, o líder da oposição e do Partido Trabalhista, Jeremy Crobyn, apresentou a posição do seu partido. “O Partido Trabalhista irá tentar permanecer”, disse, “ na união aduaneira da União Europeia e no mercado comum”. Se o Partido Trabalhista conseguir o que pretende, argumentou, o Reino Unido poderá continuar as suas relações comerciais com os seus vizinhos mais próximos da União Europeia, e contribuir para as regulamentações da UE. No entanto, um futuro governo trabalhista poderá também levar a cabo nacionalizações e intervenções de Estado, sem as atuais limitações da UE. Juntamente com partidos mais pequenos e com um grupo de deputados conservadores rebeldes que apoiam uma união aduaneira sem restrições com a União Europeia, os planos do Partido Trabalhista poderão ser mais eficazes do que os do governo.
Os planos do Partido Trabalhista encontram-se, até agora, entre os mais auspiciosos desenvolvimentos do processo do Brexit, e são surpreendentemente semelhantes à estratégia que o co-fundador de DiEM25, Yanis Varoufakis, incentivou os deputados do Partido Trabalhista a seguir. Tal como Yanis, os líderes do Partido Trabalhista rejeitaram consistentemente todos os pedidos de repetição do referêndum britânico de junho de 2016 – qualificando tal decisão de não democrática.
Em vez disso, concordaram com DiEM25, que o objetivo seria o de estabelecer o “modelo Norueguês”, nas relações com a União Europeia – permanecendo fora da EU, mas pagando pelos direitos de pertencer à União Aduaneira – é a melhor forma para conseguir um Reino Unido mais progressista e uma União Europeia mais democrática. Um tal acordo não apenas permitiria ao Reino Unido beneficiar das regulamentações e normas da União Europeia, mas também ir para além destas – desde a proteção dos direitos dos trabalhadores, à promoção de um sector financeiro mais responsável. Isto garante relações continuas com a União Europeia, as quais, sob a direção de um governo progressista, ajudarão a criar uma união mais justa e sustentável.
A abordagem do Partido Trabalhista, tal como a de DiEM25, reconhece que os desafios que a Europa enfrenta são demasiado grandes, para qualquer Estado estar à altura. Contudo, juntos podemos recuperar o controlo dos nossos bairros, das nossas vidas e do nosso futuro.
 
Owen é membro do DiEM25, atualmente a viver em Beirut.
 

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