A 8 de Março, deixem-nos não só reivindicar as ruas como a nossas democracias

Por Rosemary Bechler
Formidáveis iniciativas feministas estão a crescer das grassroots do DiEM25. É bonito de ver a formação de grupos e discussões em áreas chave de emancipação dentro do nosso movimento, sejam estes em grupos online, como as Coletivas Espontâneas (DSCs) Temáticas do DiEM25 sobre o Género, ou os espaços no nosso fórum, onde assuntos de igualdade de género estão a brotar, grata a todos os membros que se demonstraram interessados. O fim de 2018 e o começo de 2019, viu o lançamento de dois grupos de Mulheres:

  • O grupo de Mulheres de Berlim – Um espaço inspirador e seguro para os ativistas FLTI do DiEM25. Assegurando encontros de duas em duas semanas, elas fazem o intercâmbio de desafios e experiências e discutem novas maneiras de aumentar a sua presença e participação, assim como a consciência geral de assuntos feministas dentro do DiEM25.
  • O grupo de Mulheres de Tessalônica – A Solidariedade das Mulheres no DiEM25 encontra-se uma vez por semana, com mulheres de todas as idades e origens, para discursar sobre assuntos da sociedade e igualdade. Recentemente, elas focaram as suas acções num evento sobre a violência contra as mulheres, cujo o lema é que o único caminho para a frente é juntas e em solidariedade.

Seguindo a Academia do DiEM25 em Colônia, nasceu a ideia de ter um grupo sobre a adversidade, aberto a todos os interessados, que esperançosamente florescerá em breve.
Em conversa com os membros, as mulheres mencionam frequentemente o facto de não existirem tais grupos nas suas cidades ou nos seus países e que seria positivo se estes existissem. É óbvio, que estas iniciativas são essenciais para um movimento inclusivo e diverso.
Em toda a parte, onde os membros as queiram, nós devemos vê-las tornadas realidade, uma vez que a voz das mulheres é um componente fundamental na defesa da diversidade e democracia. Este é um ponto bem demonstrado pela ativista da FEMEN, oriunda Ucrânia e que vive em exílio em Paris, Inna Shevchenko.
Ela aponta para a Europa de hoje, os populistas de direita são “um dos principais obstáculos para o progresso dos direitos das mulheres… eles jogam muito com as emoções, os medos e as inseguranças das pessoas e manipulam a sociedade dessa forma, visando dividir-nos e usando políticas de identidade, para nos reduzir a somente uma identidade, um adjectivo. E depois, afirmam representar-nos, mas não, nós temos múltiplas identidades e como tal, temos múltiplas respostas.”
Ela diz-nos a nós mulheres, “Temos que demonstrar solidariedade, uma para com a outra, e temos que continuar a fazer ouvir as nossas próprias vozes. Porque o que os populistas realmente temem, é o pluralismo. E as vozes femininas, quando se juntam ao debate público, empurram necessariamente para mais pluralismo.”
No dia internacional da Mulher, deixem-nos não só reivindicar as ruas como a nossas democracias… E defender o direito de todas as vozes dissidentes que apelam por uma mudança radical progressiva. Deixe-nos elevar as nossas vozes, em apoio aos candidatos da Primavera Europeia, que estam a lutar contra as repercusões da direita, contra a desigualdade salarial, luta qual está deveras atrasada, para reforçar os direitos LGBTTQIA+ e para uma melhor compreensão da misoginia sistémica por detrás da violência de género – com o intuito de pôr fim a estas… em nome de todas nós.
Carpe DiEM,
Gianna Merki and Rosemary Bechler, Coletiva Coordenadora do DiEM25

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