As negociações para recomeçar o executivo descentralizado de Stormont falharam esta semana. A Irlanda do Norte está sem governo há 13 meses – e precisa urgentemente de um orçamento de Estado. A líder do Partido Unionista Democrático, Arlene Foster, cessou as negociações após terem sido reportados problemas com a direção do partido e suas organizações comunitárias num acordo realizado com os parceiros com quem partilha o poder, Sinn Féin, sobre os direitos linguísticos do Irlandês.
Foster e a liderança do PUD ficaram surpreendidos por encontrar uma feroz oposição das bases unionistas e arquivaram propostas para dar um enquadramento legal ao Irlandês Gaélico na Irlanda do Norte. A hostilidade à tentativa de ceder aos interesses dos republicanos – após vários anos de medo em torno de uma identidade britânica desgastada e uma crescente agenda progressista – inviabilizaram os planos de Foster de voltar a ser Primeira Ministra. A reação do PUD foi de apelar imediatamente a Westminster para devolver a região ao estatuto de região autónoma.
Na melhor das hipóteses, este apelo a Westminster seria apenas reacionário mas pode ser muito perigoso. Esta decisão é um anátema para quase todos os outros partidos da Irlanda do Norte e uma parte da sociedade Norte-Irlandesa. Há um grande risco de um aumento das tensões sectárias e o Acordo de Belfast de 1998 fica em perigo. Também coloca uma enorme pressão sobre o governo do Reino Unido e as suas negociações para o Brexit, que se encontram em curso.
De facto, o pedido de devolução do estatuto de região autónoma à Irlanda do Norte estimula deliberadamente o azedume no seio das discussões em torno da solução para a questão da fronteira irlandesa trazida pelo Brexit. No fundo, as ações do PUD revelam uma revogação de responsabilidades e uma relutância na tomada de decisões difíceis que são necessárias para governar no interesse de todos os concidadãos. É política como ideologia de bancada e toldada por um interesse próprio míope.
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O Owen é um ativista de longa data, gere uma ONG e ama a arte: campeão da gentileza e das aparências.
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