Comunicado de imprensa do DiEM25 sobre a situação na Argélia

Durante várias semanas, centenas de milhares de argelinos de todas as regiões do país, e do estrangeiro também, saíram às ruas para contestar o quinto mandato de Abdelaziz Bouteflika, Presidente da República Argelina durante quase 20 anos, cuja saúde física se encontra frágil, estando incapaz de governar.
Esta mobilização, sem precedentes na história recente da Argélia, rejeita a candidatura envolvida em irregularidades, a intimidação de outros candidatos, e um regime anti-democrático que se mantém no poder apesar da vontade contrária da grande maioria do povo argelino. Não obstante o seu profundo ódio, os argelinos demonstraram notável contenção nos seus protestos, fazendo-os pacificamente e com o humor característico do povo argelino.
Para além da natureza grotesca desta candidatura, os argelinos rejeitam um regime que, durante décadas, sistematizou o nepotismo e a corrupção. Caracterizado pela sua opacidade, mentiras e desinformação, este regime, que por tanto tempo “comprou” a paz social com base numa agora reduzida renda do petróleo, falhou em desenvolver uma economia comensurada com os recursos do país e em fornecer oportunidades de emprego e sustentabilidade à sua população, principalmente aos seus jovens (29,7% da população tem menos de 15 anos). É a juventude – numerosa – que não conheceu outro Presidente a não ser Bouteflika, que se manifesta em massa nas ruas.
Normalmente rápidos a tomarem posição sobre outros países, as nações da União Europeia têm se mantido silenciosas. Petrificadas pelo receio de um hipotético impacto no fluxo migratório, preferem, como noutros países africanos, apoiar um regime corrupto e autoritário. Os países europeus justificam este apoio com necessidade de estabelecer um baluarte contra o terrorismo islamista, ainda que a ausência de democracia e as práticas deste regime que se apoderou da riqueza do país alimente continuamente o apoio a terroristas.
Saudamos a coragem da população argelina e mostramo-nos solidários com as suas aspirações democráticas. Sem qualquer intenção de interferência, solicitamos às nações da União Europeia que não apoiem o regime argelino e a expressarem-se em favor da democracia, sobretudo colocando pressão no governo argelino para este não restringir estas manifestações e que estabeleça diálogo com a sociedade civil argelina.
A Argélia é um parceiro natural da União Europeia e um aliado estratégico para a construção de uma área Euro-Mediterrânica próspera e pacífica. A atitude da União Europeia perante os eventos actuais será decisiva para relações futuras com este país. Ao invés de suportar o entulho do sistema falido, temos de ouvir o apelo democrático do povo algeriano e apostar no seu futuro!
Este comunicado vêm de um pedido e iniciativa do Coletivo Nacional Francês do DiEM25.
Crédito de imagem: France24

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