Vem homenagear Julian Assange no seu 50º Aniversário!

“Durante quase 10 anos, Assange tem pago o castigo das suas acções como jornalista com a sua liberdade”

Após o aparente suicídio de John McAfee na sua cela em Espanha, à espera de extradição para os Estados Unidos por crimes de evasão fiscal, Edward Snowden deixou um presságio mórbido,  que Julian Assange ‘pode ser o próximo’. Um testemunho, segundo Snowden, às condições deploráveis do sistema prisional americano, que tornam tirar a própria vida uma opção mais apetecível do que o futuro reservado aos inimigos do complexo industrial-militar do ‘Tio Sam’.

Assange sabe melhor do que muitos o tipo de horrores que o esperariam na mãos do hegémone decadente, sendo que um dos primeiros documentos facultados pela Wikileaks foi um manual de instruções para guardas da prisão da Baía de Guantanamo, onde se encontra descrito, por exemplo, o uso de cães como forma de tortura psicológica.

Acresce que Assange em pouco pode ser comparado a McAffee: se a vida deste último pudesse ser representada de alguma forma, seria porventura no formato duma comédia negra absurdista, enquanto que Assange é merecedor do retrato digno de um herói da nossa geração.

No prefácio do livro Cypherpunks, Assange avisa que: “A Internet, a nossa maior ferramenta de emancipação, foi transformada na mais perigosa facilitadora de totalitarismo que já vimos”. É neste contexto que devemos lembrar o contributo inestimável que a Wikileaks deu ao jornalismo mundial. Criada por Assange em 2006, a Wikileaks despertou incontáveis cidadãos do mundo, do sonambulismo incentivado pela máquina de propaganda norte-americana no pico da sua criminosa guerra no Iraque. Rever o famoso vídeo Collateral Murder, é rever a displicência da máquina militar imperial americana, em ter que esperar alguns minutos para poder cobardemente e dos céus aniquilar a vida de múltiplas pessoas, incluindo jornalistas, e posteriormente, abater alegremente e sem piedade os que se dirigiram em socorro. O vídeo sem dúvida documenta um crime de guerra.

Mas como se costuma dizer na auto-proclamada ‘terra dos livres e corajosos’: ‘nenhuma boa acção é feita sem um castigo correspondente’. E assim o castigo foi aplicado imediatamente, como descrito pelo Repórter Especial para a tortura das Nações Unidas, Nils Melzer, com uma campanha de assassínio de cáracter e jurídico sem precedentes, indo desde uma acusação de violação manipulada pela polícia sueca, às 17 acusações lançadas pelos EUA sob a alçada da dracónica lei de espionagem de 1917, que acarretam para Assange uma potencial pena de 170 anos na prisão, por ter revelado ao mundo crimes de guerra perpetrados pelo exército americano.

Como reporta Melzer: “Uma democracia constitucional provavelmente investigaria Chelsea Manning por ter violado segredos oficiais ao ter passado o vídeo a Assange. Não perseguiria Assange por ter publicado um vídeo de interesse público, consistente com as práticas de jornalismo investigativo. Mas acima de tudo uma democracia madura investigaria e puniria os criminosos de guerra. Mas nenhuma investigação criminal foi lançada sobre nenhum deles.”

Durante quase 10 anos, Assange tem pago o castigo das suas acções como jornalista com a sua liberdade.

Amanhã, dia 03 de Julho, Assange fará 50 anos. Junta-te a nós na acção pan-europeia “Porque têm medo de Assange?” pela sua libertação e pela protecção do futuro do jornalismo e da liberdade de informação, ás 11h em frente á embaixada do Reino Unido. Mais informações aqui.

 

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