O MeRA25 marcha pela democracia na Grécia: “Acima de tudo, respeitamos a constituição”

No dia 17 de Novembro, os representantes do MeRA25 marcharam pelo médicos, enfermeiros, professores e estudantes abandonados por “um governo que não os apoia”.

A fim de prestar homenagem à revolta estudantil de 1973, sete deputados do MeRA25 marcharam hoje em Atenas usando máscaras e mantendo a distância social. Foram, contudo, impedidos de chegar à Embaixada dos EUA para se manifestarem, o que constitui uma ofensa constitucional ao ser impedida uma marcha pacífica.

No centro de Atenas ocorreu ainda a marcha do partido comunista, cujos integrantes usavam também máscaras e observavam as distâncias necessárias, que foi de igual modo dispersada pela polícia. Esta efectuou muitas detenções e utilizou gás lacrimogéneo.

 

A polícia grega argumentou que todos deveriam “cumprir as medidas para proteger a saúde pública”, mas também é importante tomar medidas para preservar a saúde das nossas democracias.

Em resposta, Yanis afirmou que “apelamos a todos os cidadãos que respeitem as medidas em vigor para a sua segurança, mas também apelamos ao governo que não polarize a situação colocando a polícia contra os deputados. Precisamos de combinar tanto a protecção da saúde pública como a protecção da Constituição”.

Em contraste com os deputados do MeRA25, que respeitavam as regras de distanciamento social, os elementos da polícia encontravam-se em grandes concentrações com nada mais do que uma máscara como protecção. Isto é pura hipocrisia por parte do governo de direita de Mitsotakis e um sacrifício cínico das jovens mulheres e homens da polícia, em nome do autoritarismo. Dá a entender que o distanciamento social está a ser utilizado como arma política para intimidar deputados e cidadãos, em vez de para proteger a saúde pública e o sistema de saúde público que passa por dificuldades.

 

Os nossos deputados continuaram sentados durante horas, apenas a algumas centenas de metros da Embaixada dos EUA. Outros dirigiram-se para a Sede da Polícia para ajudar outros manifestantes, que foram detidos durante o dia.

Yanis Varoufakis declarou o seguinte à comunicação social :

“Estamos aqui para apoiar os médicos e os enfermeiros que estão actualmente a ser silenciados por um governo que não os apoia. Para apoiar os professores, professoras e estudantes que estão a ser abandonados nas escolas por um governo que falhou ao não tomar medidas contra a pandemia. Queremos apoiar quem está hoje fechado em casa à espera do final da pandemia, que esperamos que não tarde, apenas para que possam leiloar a sua casa ou loja. Defendemos os trabalhadores e os desempregados que estão agora a sofrer ao mesmo tempo que os oligarcas se preparam para um banquete. Estamos aqui, em vez dos jovens do MeRA25 e dos nossos membros, a quem agradecemos terem seguido o apelo do nosso Secretariado Político para que não comparecessem na marcha de hoje, de maneira a respeitar as normas de saúde. Como podem ver, somos apenas sete deputados que mantêm uma distância segura. A marcha da Revolta Politécnica foi reconhecida na nossa história como um dos seus momentos mais importantes, em que as mulheres e homens gregos tiveram a oportunidade de protestar contra os poderes instituídos que atacavam a Educação, a Saúde, a Democracia, a Liberdade e, por fim, a Dignidade”.

 

Por toda a Europa, temos visto a pandemia ser usada para violar o direito dos cidadãos a organizarem protestos pacíficos.

Yanis Varoufakis salientou ainda a importância de permanecer vigilante quanto à utilização das medidas contra a COVID-19 para restringir os direitos dos cidadãos em toda a Europa: “Este governo, escondendo-se atrás da pandemia, impediu hoje os nossos deputados do MeRA25 de marchar em Atenas. Isto é uma clara violação da constituição grega e não é um acaso. Democratas de toda a Europa tenham cuidado: isto também vos pode acontecer”.

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